Saturday, October 04, 2014

ModaLisboa | Sangue Novo: RUA 148


Elisa Boto e Francisca Veiga conheceram-se na ESART - Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, onde completaram a licenciatura em Design de Moda e Têxtil. Com o objectivo de juntar o mundo da arte e o mundo da moda, a primeira colecção resulta de uma colaboração com o artista Luio Onassis.

Como surgiu este vosso projecto?
EB: Este é o nosso projecto de final de licenciatura. Eu e a Francisca decidimos fazê-lo juntas e tentámos encontrar alguma coisa que fosse diferente.

Por que escolheram o nome “RUA 148”?
FV: Essa é uma história curiosa... O adjectivo que nós escolhemos para definir a nossa marca é “requintada”. Dentro da palavra “requintada”, conseguimos encontrar a palavra “rua”. Depois fizemos um jogo entre as posições dessas três letras na palavra “requintada”. Ou seja, o “r” é a letra número 1, o “u” a letra número 4 e o “a” a letra número 8. Daí o 148.
EB: A palavra “rua” não foi acidental. Nós quisemos que a marca tivesse uma ligação com a arte e a verdade é que a arte, hoje em dia, é muito de rua. A arte de rua é provavelmente a expressão mais liberal actualmente, com o exemplo máximo do Banksy.

Vocês descrevem a vossa marca como “Duas amigas; algumas parecenças; uma vontade enorme de inovar, de criar algo que nunca tenha sido visto anteriormente e que realmente possa fazer a diferença”. A primeira pergunta sobre esta descrição é: quais são as parecenças que existem e em que é que vocês são diferentes?
FV: Temos ambas um gosto muito minimalista, muito clean, muito futurista.
EB: A grande diferença é que a Francisca é mais conceptual e eu sou mais comercial.
FV: Por isso é que nos complementamos tão bem! Nós tentamos arranjar sempre um ponto de equilíbrio entre as duas.

E o que é realmente único nas vossas criações, realmente inovador?
FV: Nós não estamos habituados a ver uma pessoa na rua com uma peça de arte vestida...
EB: Já existem marcas que fazem parcerias com outros artistas, mas não existe, que nós conheçamos, uma marca que se foque somente na colaboração com outros artistas. Há colecções cápsulas feitas com artistas, mas não há uma marca que faça todas as colecções com artistas. Cada colecção que nós viermos a fazer será totalmente focada num artista. Nós queremos destacar-nos por esse lado e fazer essa ligação directa da moda com a arte.

Aliás, vocês descrevem-se como “uma marca imponente, arrogante e requintada, onde o mundo da arte se funde com o mundo da moda”. Que relação existe entre esses mundos?
FV: A moda é arte...
EB: São dois mundos muito próximos, mas também muito longínquos e é essa distância que nós queremos reduzir. É tentar fazer com que a arte se possa vestir... No fundo, a moda também é arte.

Como é que vocês escolhem os artistas com que querem trabalhar?
FV: Eu já conhecia o trabalho do Luio e sempre fui fã do que ele fazia. Mostrei o trabalho dele à Elisa e ela adorou. Fez-nos sentido que ele fosse o primeiro artista com quem íamos colaborar, por também já ter alguma experiência e para nos poder ajudar. Felizmente, ele aceitou a nossa proposta e esta colecção nasceu.

Com que outros artistas gostariam de trabalhar?
EB: Banksy! Claramente o Banksy! É revolucionário porque o que ele faz é uma crítica à sociedade e poderia funcionar também no mundo da moda.
FV: Eu gostava de trabalhar com o Alexandre Farto, o Vhils. Os trabalhos dele são realmente fantásticos e penso que o lado escultural das obras dele poderia funcionar muito bem.

O que esperam desta participação no Sangue Novo?
FV: Muitas portas abertas para o futuro! O nosso objectivo com a participação na ModaLisboa é sentir o feedback das pessoas para avaliar se realmente há condições para lançar esta marca no mercado.

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Elisa Boto and Francisca Veiga met while styding at ESART and decided to create a project that would bring fashion and art together. For their first collection, they collaborated with Portuguese artist Luio Onassis. 

Why did you create this project?
EB: This is our graduation project. Francisca and I decided to do it together and to do something that was different.

How did you choose “RUA 148” as your name?
FV: That’s a funny story. We chose “exquisite” as the best adjective to describe our brand, so in Portuguese it would be “requintada”. Using letters from that word, we created “rua”, which means “street” in English. Then, we just played with that word and with numbers.  If the “r” would be the 1st letter from “requintada”, the “u” would be the fourth and the “a” the 8th. That’s how we got to the 148…
EB: But the word “rua” isn’t there by chance. We wanted the brand to have some connection with art and we feel that nowadays street art plays a very important role because of the freedom it involves. Just think of Bansky and what he represents.

You describe yourselves as two friends with some similarities; a will to innovate and create something new and unique that can make a difference. First question is: which are those similarities and what sets you apart?
FV: We both have a very minimalist, clean and futurist aesthetics.
EB: The big difference is that Francisca is more conceptual and I am more commercial.
FV: That’s why we complement each other so well. We always try to find some balance.

And what is it about what you do that can be considered new and unique?
FV: We are not used to seeing people walking down the street wearing a work of art.
EB: There are already brands collaborating with other artists, but there isn’t any brand that is only focused on doing that. At least, that we’ve heard of. There are capsule collections, but there is no brand that collaborates with an artist in every single collection. We want to collaborate with an artist in every single collection we do. We want to have that connection between fashion and art.

You actually describe yourselves as an “imponent, arrogant and exquisite brand, which combines the art and the fashion worlds”. What relationship is there between those two worlds?
FV: Fashion is art…
EB: Those are two very close worlds, but they are so far away from each other at the same time. We want to bring them even closer and make art wearable. In the end, fashion is an art form.

How do you choose the artist you’ll collaborate with?
FV: I was already familiar with Luio’s work and have always been a fan. I showed it to Elisa and she loved it. For us, it made perfect sense that he would be the first artist we would collaborate with, also because of his experience. Fortunately, he accepted our proposal!

Who else would you like to collaborate with?
EB: Banksy! Definitely Banksy! He’s revolutionary because what he makes is a form of social commentary. Applied to the fashion world, I think the result could be really interesting.
FV: I would like to collaborate with Alexandro Farto, also known as Vhils. His works are really great and I think that the sculptural aspect of his work could create a very interesting result.

What do you expect form your show at ModaLisboa?
FV: A lot of open doors! Our goal really is to get feedback in order to assess if there are conditions for us to really launch this brand. 

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